Tarifaço: Reunião entre Lula e ministros não foi conclusiva para anúncio de plano de contingência
BRASÍLIA – A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros nesta segunda-feira, 11, para discutir o plano de contingência que mitiga os impactos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao País não foi conclusiva.
O Executivo segue discutindo as medidas para socorrer as empresas brasileiras afetadas pela taxação de 50%, que passou a vigorar na última quarta-feira, 6.
Segundo integrantes do Palácio do Planalto, ainda há pequenos ajustes e o governo continua analisando as medidas, sendo possível o agendamento de novas reuniões. É pouco provável que o plano seja anunciado nesta terça-feira, 12, mas deverá sair ainda nesta semana. A agenda tratou mais sobre temas comerciais, sem abordar assuntos políticos, de acordo com relatos.
Participaram da agenda com Lula o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Exteriores, Mauro Vieira, das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
O assessor especial Celso Amorim também esteve presente no início da reunião, que ocorreu no Palácio do Planalto.
Em meio às análises em torno do plano de contingência, o presidente Lula concederá entrevista à BandNews, às 18 horas desta terça.
Mais cedo, em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a preservação de empregos está prevista na medida provisória (MP) do plano. No entanto, ele disse que há exceções, pois algumas empresas não poderão garantir os postos de trabalho, já que sofrerão um impacto muito grande em sua produção.
“A MP flexibiliza para alguns casos outros tipos de contrapartida”, disse Haddad em entrevista à GloboNews. Ele afirmou que a medida trará “certa flexibilidade”, visto que são afetados mais de 10 mil empregos.
A MP oferece os instrumentos e abre as diretrizes de como cada empresa vai ser atingida”, completou. E afirmou que o texto busca tornar os mecanismos poucos mais flexíveis para atender cada CNPJ; até porque, no mesmo setor, há várias situações diferentes.
Haddad afirmou ainda que o plano de contingência tem viés estrutural, para além de medidas conjunturais. Ele disse que estão incluídas duas reformas estruturais, que envolvem medidas de crédito e o Fundo de Garantia para Exportações (FGE). Segundo ele, crédito e seguro para exportação ainda são gargalos no Brasil.
“Estamos fazendo uma reforma estrutural no FGE, com suporte dos demais fundos, para garantir que toda empresa brasileira – não só as grandes – que tiver vocação de exportação terá instrumentos modernos para fomentar a exportação para o mundo inteiro”, disse ele, citando a necessidade de redirecionar as exportações. O ministro confirmou que o plano de contingência terá linhas de financiamento, além de contemplar a questão tributária e autorizar compras governamentais em determinados casos.
Fonte: Estadão