Tarifaço: Lula avalia dar mais crédito a exportador e indústria pede mais
Lula avalia linhas com juros de 1% a 4% e empresariado pede rebate maior de imposto em produtos adquiridos para exportação
Brasília
O governo deve anunciar o plano de ajuda a empresas afetadas pela sobretaxa de 50% imposta pelos EUA nas exportações brasileiras, mas setores da indústria querem mais.
Parte do pacote exigirá uma mudança no FGE (Fundo Garantidor às Exportações) e virá por meio de uma medida provisória.
A ideia é que Banco do Brasil e BNDES sejam operadores das novas linhas de crédito que devem ter juros entre 1% e 4% ao ano, segundo pessoas que participam das discussões no governo.
Essa taxa de juros, contudo, deverá ser definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Outra medida será o aumento do Reintegra, programa federal que devolve às empresas os impostos pagos na cadeia de bens destinados à exportação.
A equipe econômica avaliava ampliar a alíquota do programa, que hoje é de 0,1%, para 2%, mas setores da indústria, representada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), pleiteiam que ela seja de 3%.
Até a publicação desta reportagem não estava definido se o presidente Lula fecharia a medida ainda nesta segunda (11).
Havia negociações sobre uso dos recursos do FGE, que hoje tem superávit de quase R$ 50 bilhões e servirá de lastro para essas novas linhas de socorro ao empresariado. Uma das possibilidades aventadas é de que sejam destinados R$ 30 bilhões desse saldo aos empréstimos, via BNDES principalmente, com juros mais baixos. Com Stéfanie Rigamonti
Fonte: Folha de São Paulo