Ceará é o Estado que mais depende de exportações para os EUA; governador recorre a Alckmin

São Paulo é o Estado que mais vende aos Estados Unidos, mas, em termos proporcionais, o mais impactado é o Ceará. No primeiro semestre deste ano, mais da metade do que o Ceará exportou teve como destino o país norte-americano. Em todo o ano passado, os EUA representaram 44,9% das exportações do Ceará, sobretudo por conta do aço e dos pescados.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), irá a Brasília na terça-feira, 29, com uma comitiva de empresários e se reunirá com o vice-presidente e ministro da Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, coordenador do grupo que estuda medidas em resposta ao tarifaço de Trump no governo Lula (PT).

“Temos absoluta preocupação com os empregos que isso representa, com o pescado que está em contêiner, estamos discutindo que solução podemos dar, da mesma maneira com a castanha de caju, com a cera de carnaúba”, disse o governador cearense no sábado, 26. Ele citou o caso da ArcelorMittal, que representa metade das cargas movimentadas no Porto do Pecém e 78% do que exporta vai para os EUA.

O Ceará não anunciou nenhuma medida específica, mas estuda alinhar um plano de ação com o governo federal. Uma das possibilidades é também liberar créditos do ICMS para exportadores, mas há cobranças para que o governo federal repasse recursos ao Estado para compensar esses créditos retidos, como prevê a Lei Kandir, o que é tema de uma disputa histórica entre os governos estaduais e a União.

“Esse é um dos assuntos que vamos tratar com o vice-presidente Alckmin. Nós achamos que é uma das medidas que pode ser debatida”, disse Elmano.


Fonte: Estadão

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