Minerais críticos do País interessam aos EUA na mesa de negociação de tarifa, diz entidade do setor
Os chamados minerais críticos, necessários para impulsionar as novas tecnologias — da energia limpa ao carro elétrico —, foram citados pelo encarregado de negócios e embaixador interino dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, conforme o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
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O Ibram recebeu visita da autoridade americana na tarde da quarta-feira, 23. Solicitada pelo representante norte-americano, a reunião foi realizada com o presidente do Ibram, Raul Jungmann, e pelo vice-presidente, Fernando Azevedo, na sede do instituto, em Brasília.
Segundo comunicado do Ibram, Escobar demonstrou interesse na Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos em preparação pelo governo brasileiro, bem como iniciativas parlamentares nesse mesmo contexto.
No contexto do tarifaço americano, cada setor tem cartas que pode levar à mesa para as negociações. No caso da mineração, por exemplo, a produção de terras raras, essenciais aos avanços de tecnologia e até de defesa, vinha sendo negociado pelo governo de Joe Biden e também interessa a Donald Trump. “O interesse dos EUA permanece em minerais críticos estratégicos”, afirmou Jungmann
A atenção do mundo para os chamados minerais críticos — e, entre eles, as terras raras — foi despertada pela corrida da transição energética e pela busca de tecnologias mais avançadas, inclusive as de carros elétricos. Por elas, Trump cogitou até o uso de força militar, como disse em entrevista à NBC News, no dia 29 de março, sobre os planos de anexar a Groenlândia.
Essa riqueza subterrânea não é exclusiva da gigantesca ilha no Ártico. O Brasil tem, conforme o Ministério de Minas e Energia (MME), a terceira maior reserva de terras raras do mundo, além de possuir outros minerais críticos.
No caso da mineração, os EUA respondem por 20% das importações e 3,5% das exportações do setor nacional. “Principalmente as importações geram grande preocupação”, disse o executivo. Isso por conta da perspectiva de reciprocidade, que pode encarecer custos da área. Além de minério, o setor importa máquinas pesadas, como caminhões acima de cem toneladas de capacidade de carga, escavadeiras e carregadeiras, moinhos e outros equipamentos de grandes dimensões.
Fonte: Estadão