Alckmin diz que negociação com EUA não acabou e cita café solúvel, uva, sapatos e máquinas
BRASÍLIA – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, disse que a negociação com os EUA para reverter o tarifaço “não acabou” depois que o presidente americano Donald Trump retirou a sobretaxa de parte dos produtos atingidos. O tarifaço continua a afetar 22% das exportações brasileiras.
Não acabou a negociação, ela vai ter mais velocidade. Agora, o que precisa tirar? O que ainda está: o café solúvel, a uva, máquinas, motores, então você tem uma pauta aí, sapato, roupa, produto, manufatura para a gente trabalhar e poder avançar, mas já melhorou”, disse Alckmin em entrevista ao podcast Flow.
O vice-presidente ainda destacou o crescimento de 9,1% na exportação brasileira mesmo com o tarifaço. “Isso porque o Brasil abriu mercado”, afirmou. “Na década de 80, os Estados Unidos representavam 24% da exportação brasileira. Hoje são 12%.”
Devedor contumaz
Alckmin classificou o projeto do devedor contumaz como “importantíssimo” e defendeu celeridade na tramitação do texto no Congresso. “O projeto é importantíssimo e quero que vote ainda neste ano”, afirmou.
O devedor contumaz é gente que fica milionária só sonegando (impostos)”, criticou Alckmin. “O modelo de negócio é baseado no crime”.
Após pressão do governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu ontem o deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) para ser o relator do projeto do devedor contumaz na Casa. Motta travou o projeto por mais de dois meses na Casa, sem designar um relator. O texto do devedor contumaz define punições para empresas que sonegam impostos de forma intencional e reiterada e teve urgência aprovada na Câmara no final de outubro.
Fonte: Estadão
