Consultoria da Câmara aponta que isenção de IR aumentará sensação de bem-estar e consumo

Estudo reforça o cenário do governo de batalhar pelo projeto nos moldes enviado ao Congresso, ainda alguns pontos sejam revisados

Fabio Grane

Nota técnica da consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados evidencia porque é alta a chance de avanço da proposta de reforma do imposto de renda. O texto da área técnica do Congresso avalia que a iniciativa “tem potencial para promover redução da desigualdade de renda e ganhos de bem-estar social, além de estimular a atividade econômica no curto prazo”.

Eles calculam que a medida dará um estímulo de curto prazo (menos de um ano) ao consumo, ao gerar ganho de renda para parte da população, gerando “um choque no PIB de cerca de R$ 10,3 bilhões”. Setores varejista e de serviços são os maiores beneficiados.

Outra constatação do estudo foi que a reforma deve proporcionar um aumento de 30% na progressividade do imposto e uma redução de 1,1% na desigualdade de renda. O texto também aponta que o projeto de lei, nos termos enviado, deve provocar um aumento de 3,8% no bem-estar agregado da sociedade.

“Vale pontuar que, para além do resultado numérico, importa a conclusão qualitativa no sentido de que a política promove ganhos de bem-estar agregado para a sociedade considerada como um todo”, diz o texto.

Em termos fiscais, os técnicos estimaram uma renúncia de R$ 26,2 bilhões devido à isenção ou redução tributária para rendimentos abaixo de R$ 7 mil, compensado com folga pelo acréscimo de R$ 32,6 bilhões anuais na tributação dos mais ricos.

O tema da compensação deve ser um dos maiores flancos de debates dessa proposta ao longo do ano, com parlamentares tentando atenuar a taxação das altas rendas e buscando alternativas de arrecadação, como redução de benefícios fiscais. O governo vai defender fortemente a tese da taxação dos ricos, hipótese fortalecida por pesquisas internas. O estudo da consultoria da Câmara só reforça o cenário do governo de batalhar pelo projeto nos moldes enviado ao Congresso, ainda que a chance de alguma revisão nessa taxação ser razoável.


Fonte: JOTA

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