Com acordos e IA, startup fatura R$ 13,5 mi reduzindo passivo trabalhista
Dor de cabeça de muitas empresas, e também para muitos funcionários, uma startup nasceu para tentar resolver o problema dos passivos trabalhistas no Brasil. A Pact, que atendeu empresas como iFood, Magalu, Machado Meyer e CVC, já intermediou mais de 2 mil acordos judiciais nos últimos três anos, com o envolvimento de mais de 700 advogados em causas que, se julgadas, poderiam chegar a desembolsos de R$ 1 bilhão. Ao conseguir reduzir esses passivos, a startup faturou R$ 13,5 milhões em 2024 e projeta R$ 20 milhões para este ano.
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A forma principal para tentar resolver as disputas trabalhistas entre patrões e empregados é buscar um acordo. Mas antes disso, um sistema criado pela Pact, que usa análises de inteligência artificial e cruza uma série de informações dos tribunais com dados internos dos clientes e de bancos, avalia se vale a pena negociar tal acordo e em que condições.
No segmento hospitalar, a startup converteu 547 processos trabalhistas em acordos e poupou R$ 22,9 milhões ao seu cliente, segundo dados da empresa. Já no ferroviário, foram 276 casos que somaram R$ 65 milhões de economia; em telecomunicações, 212 acordos com R$ 57,5 milhões de redução de despesa. O fundador da Pact Lucas Pena conta que teve a ideia de fundar a empresa em 2018, após sua experiência no mercado financeiro e a convivência com advogados da área. A constatação foi de que não há uma cultura de negociação judicial no Brasil e a estratégia de boa parte das empresas acaba sendo “empurrar para a frente”, à espera de um desfecho na Justiça da causa trabalhista, sem nunca avaliar o valor real de um acordo. Nesse ambiente, as estimativas indicam que as companhias desembolsam por ano R$ 40 bilhões apenas em ações trabalhistas.
Fonte: Estadão