Proposta do Brasil é aumentar trocas comerciais e complementaridade econômica com EUA, diz Alckmin
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou nesta terça-feira, 22, em evento com empresários da indústria de autopeças, a disposição do Brasil de negociar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao mesmo tempo, ressaltou, o governo está atento à possibilidade de desvios de produtos em direção ao Brasil por conta da guerra comercialestimulada pela política tarifária americana.
Ao relembrar as conversas que teve com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial do país, Jamieson Greer, Alckmin voltou a frisar que a balança de bens e serviços é superavitária do lado americano, de modo que o Brasil não deveria ser alvo de Trump.
O ministro acrescentou que oito dos dez produtos mais exportados pelos Estados Unidos ao Brasil não pagam tarifa para entrar no mercado brasileiro. Na média, pontuou Alckmin, a tarifa média cobrada pelo Brasil aos produtos americanos é de 2,7%.
Por isso, o Brasil naquela decisão inicial ficou com a menor tarifa. E o caminho é de diálogo, o que nós estamos propondo é aumentar ainda mais a parceria, não fazer um perde-perde, mas um ganha-ganha para a gente poder ter mais trocas comerciais e complementaridade econômica”, comentou o ministro em discurso na cerimônia de abertura da Automec, feira internacional do setor de autopeças.
Na sequência, ele disse que o ministério está, do outro lado, atento a produtos industriais que podem “indevidamente” ser deslocados para o Brasil em razão de barreiras comerciais.
Alckmin disse que o governo vai revisar a lista de ex-tarifários, cujos produtos pagam tarifas de importação reduzidas por não serem fabricados no Brasil. A ideia é atualizar a relação para excluir itens que passaram a ser produzidos nacionalmente.
Nós vamos fazer uma revisão da questão dos chamados ex-tarifários para separar bem o que nós não fabricamos no Brasil. Zeramos o imposto de importação para poder importar e a indústria crescer. Mas o que nós fabricarmos no Brasil, não. Nós queremos fortalecer a indústria no nosso País”, informou a jornalistas. Ele ressaltou o que considera ser um bom momento da indústria de transformação, citando o crescimento superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado: 3,8% contra 3,4% da economia como um todo.
Fonte: Estadão