Empresariado pede corte de gastos para cobrir isenção de IR até R$ 5 mil

Brasília

Empresários pediram ao senador Ciro Nogueira, presidente do PP, que proponha um corte de até R$ 30 bilhões do Orçamento como compensação para a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês, benefício concedido pelo presidente Lula.

O pleito, feito durante jantar promovido pela Esfera Brasil em São Paulo nesta segunda (7), é uma tentativa de evitar aumento de carga tributária sobre empresas.

Segundo relatos, o senador disse que o governo pretende tributar lucros e dividendos pagos e, para evitar essa situação, ele apresentou uma emenda propondo elevar em 5% a alíquota de CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) para os maiores bancos —forma de evitar que todo o empresariado arque com o ônus de o governo não ter cortado gastos.

Estima-se que será preciso levantar algo entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões para cobrir a renúncia fiscal decorrente do aumento da faixa de isenção de IR para pessoas físicas.

Representantes dos setores de energia e de supermercados disseram ao senador que a carga tributária imposta sobre as empresas já é elevada demais e que ela aumentou ainda mais com a reforma tributária, especialmente sobre alguns setores, como o se serviços. Também por isso disseram não concordar com o aumento da CSLL, nem para bancos, nem para as demais empresas.

Todos foram unânimes, ainda segundo relatos de empresários presentes, de que o caminho seria o próprio Congresso cortar despesas orçamentárias, um pedido feito ao senador.

Um representante do setor supermercadista afirmou que, caso haja a tributação, o empresariado repassará para preços. Federação

Nogueira afirmou ainda que a proposta da federação partidária entre seu partido e o União Brasil está “99% aprovada” e deve ser anunciada nos próximos dias.

“Vejo nela uma forma de ter um poder moderador no nosso país para evitar os excessos, tanto à esquerda quanto à direita”, disse. Com Stéfanie Rigamonti


Fonte: Folha de São Paulo

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