Haddad fala em rever projeções ‘modestas’ de crescimento neste ano

Fazenda manteve estimativa de crescimento, em relatório na semana passada, de 2,2% em 2024

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta terça-feira (26) que a equipe econômica pode rever as projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para cima.

A declaração foi dada durante cerimônia de assinatura de ato do programa Mobilidade Verde, o Mover, e do decreto que regulamenta a lei de debêntures.

Acredito que com inflação controlada, taxa de juros declinante, recorde de empregos —vai anunciar nos próximos números do Caged—, superávit na conta externa do Brasil, balança comercial bateu recorde no ano passado, os dois primeiros meses deste ano foram muito interessantes e promissores”, disse o ministro.

“Talvez a área econômica já tenha que rever as projeções modestas de crescimento de PIB deste ano, como aconteceu ano passado. E que o mercado achava que era menos que 1[%], nós achávamos que era 2[%], e batemos quase 3% de crescimento. Podemos repetir eventualmente bom desempenho da economia ano passado com inflação na meta, gerando emprego”, completou.

A SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda, no último dia 21, manteve sua estimativa para o crescimento do PIB de 2024 em 2,2%.

Apesar de não haver alteração no cenário agregado, o órgão demonstrou otimismo, ao indicar uma mudança nos fatores que devem puxar esse desempenho da economia brasileira.

Enquanto a redução nos prognósticos de safra para 2024 levaram à revisão negativa do PIB agropecuário, o governo vê indícios de que indústria e serviços exibirão dinâmica mais pujante no ano.

A expectativa é de que o PIB da indústria cresça 2,5%, e o PIB de serviços, 2,4%. No último boletim, divulgado em novembro de 2023, essas estimativas eram de 2,4% e 2,2%, respectivamente.

Segundo a SPE, a redução da taxa básica de juros, a Selic, e as medidas de estímulo ao crédito e à compra de máquinas e equipamentos (por meio da chamada depreciação acelerada) devem ajudar a impulsionar a indústria de transformação.

A construção, por sua vez, deve se beneficiar do bom desempenho do setor e também da retomada de estímulos para a compra de moradias pela população de baixa renda.

No setor de serviços, o governo espera uma expansão do consumo das famílias após a redução no endividamento de parte delas por meio do programa Desenrola Brasil, que facilitou as renegociações.

O pagamento de sentenças judiciais antes represadas também contribuiu, segundo a SPE, para injetar recursos na economia e deve ter reflexos no desempenho dos serviços. O governo antes esperava uma alta de 0,5% na atividade agropecuária neste ano. Agora, a projeção é de uma queda de 1,3%. Segundo o governo, prognósticos para o plantio de soja e milho têm indicado queda, o que deve impactar a atividade do setor.


Fonte: Folha de São Paulo

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