Brasil entrega memorando inicial para pleitear adesão à OCDE
BRASÍLIA – O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, anunciou nesta quinta-feira, 6, que o Brasil encaminhou o memorando inicial para negociar a entrada na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A entrega do documento é uma das várias etapas previstas para que o Brasil seja incluído na organização.
“O memorando avalia quanto nossos padrões estão alinhados à OCDE”, disse durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ao lado dos ministros da Economia, Paulo Guedes; das Relações Exteriores, Carlos França; e da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos. Ciro Nogueira disse, inclusive, que Guedes é o “melhor ministro da Economia do mundo”.
Segundo o ministro, a medida demonstra a direção que o País escolheu seguir no cenário internacional. Ele enfatizou que a aproximação da OCDE não é ideologia. “Queremos o aprimoramento do Brasil.”
‘Portal’
Paulo Guedes afirmou estar otimista com o processo da OCDE e acreditar que a entidade vai concluir que o trabalho desenvolvido no Brasil de aproximação dos padrões internacionais “está consistente”. “Acreditamos que o tempo de acessão, que levaria de dois a cinco anos, será substancialmente encurtado”, previu.
O ministro disse que o passo dado na direção OCDE é como um “portal que se abre na hora certa para o País atravessar”. Segundo ele, o processo mostra que, ao contrário do que dizem, o Brasil nunca foi tão respeitado lá fora.
A etapa concluída agora é importantíssima”, afirmou. De acordo com o ministro, o Brasil está nesse processo bem à frente dos demais candidatos. Também tentam uma vaga na Organização o Peru, a Argentina, a Croácia, a Romênia e a Bulgária.
Guedes aproveitou o momento para defender números positivos da economia, como a geração de empregos, e fazer comparações com outros países, concluindo que o Brasil está muito melhor do que muitas nações, inclusive desenvolvidas. “O acesso à OCDE chega na hora em que Brasil decola”, enfatizou. Levantamento publicado pelo Estadão, porém, revela que o Brasil cresceu nem abaixo da média global entre 2019 e 2021.
Assim como o ministro França, Guedes também disse que o Brasil é um país-chave para padrões na área de meio ambiente, além de ser uma potência energética e alimentar. “Mais que alimentos, temos energias renováveis”, enfatizou. No momento, de acordo com ele, o nosso continente está “desmanchando” e o Brasil tem sido visto como um porto seguro para investimentos. Ele também voltou a falar da importância do Brasil nesse processo de nearshoring, que é o de trazer as cadeias produtivas mais para próximo das sedes das companhias.
Para Guedes, não há dúvidas de que os países avançados estão reavaliando as suas relações com o Brasil. Ele voltou a dizer que o País será o único a fazer parte do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), dos Brics e da OCDE. “Quem sabe num futuro próximo o Brasil também possa estar no conselho de segurança da ONU?”, perguntou.
Fonte: Estadão