Menos da metade das fusões e aquisições no Brasil são 100% bem-sucedidas

Apesar do aumento no número de transações de fusões e aquisições no País, não chega à metade o total de operações consideradas pelos gestores como perfeitamente bem-sucedidas, segundo uma pesquisa realizada pela Olivia Brasil, consultoria focada em processos de transformação organizacional. O levantamento, realizado ao fim de novembro de 2021, foi conduzido com 74 empresas distribuídas por 17 cidades de oito estados brasileiros. Todos os informantes tinham passado por alguma transação de fusão ou aquisição nos últimos anos ou estavam em vias de fazê-lo.

Entre os consultados, pouco mais da metade já tinha concluído o processo de fusão ou aquisição, sendo que a integração entre as empresas envolvidas foi considerada bem-sucedida em apenas 44% dos casos. Outros 34% consideraram o processo parcialmente bem-sucedido, enquanto 13% definiram como parcialmente malsucedido e 9%, como malsucedido.

Transparência
A ausência de uma definição clara do propósito da fusão ou uma falha na governança de processos estão entre os empecilhos a uma operação bem-sucedida, apontou Reynaldo Naves, sócio-diretor da consultoria Olivia Brasil. Segundo ele, a transparência é essencial no casamento entre empresas. Sem isso, primeiro os times têm a sensação de desânimo, um desgaste da relação, mas que adiante gera impactos negativos para a operação conjunta. O tempo dado à integração se alonga, segundo o consultor, ou há perda no aproveitamento das sinergias ou nas oportunidades de novos negócios.

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Entre as empresas que prestaram informações à consultoria, 56% eram compradoras, e as demais 44% tinham sido compradas. Em 66% dos casos, a cultura organizacional vigente após a operação de fusão ou aquisição passou a ser predominantemente da empresa compradora, contra uma fatia de apenas 3% de predominância da cultura de quem foi comprado. A criação de uma nova cultura organizacional decorrente da operação, mesclando características das duas empresas envolvidas, ocorreu em 32% dos negócios.

Segundo Naves, o sucesso de uma operação de fusão ou aquisição depende de alguns fatores: o alinhamento do objetivo principal da fusão; o entendimento de que a operação proporciona a geração de novos negócios, e não apenas ganhos operacionais; um diagnóstico preciso sobre a eficiência dos processos de cada uma das empresas, para que o modelo mais eficaz seja o adotado; e o alinhamento das lideranças de cada companhia envolvida, no sentido de trabalhar em prol da melhor operação conjunta.


Fonte: Estadão

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