Demanda por segurança cibernética alcança receita de 2020 no primeiro semestre de 2021
Procura pelo serviço teve alta expressiva com aumento de ataques a sistemas
Com a onda de ataques a sistemas e redes de computadores, cresceu também a procura por seguros cibernéticos no primeiro semestre de 2021. Até junho, o setor alcançou receita superior a R$ 41 milhões —quase a mesma gerada em todo o ano de 2020, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados).
Em 2019, o setor levantou cerca de R$ 20 milhões em prêmios.
Na corretora 3 SEG, o volume de apólices de seguros cibernéticos emitidos no primeiro semestre deste ano superou em mais de 50% o número de contratos fechados em 2020.
Segundo a empresa, houve um pico de demanda entre abril e julho, antes de começarem a valer as sanções administrativas aplicadas pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), em agosto.
As áreas de saúde, varejo, tecnologia e financeira estão entre as que mais recorreram ao serviço, diz a empresa, que ainda prevê crescimento.
A Zurich, que oferece seguro de proteção de dados para evitar perdas financeiras, diz que percebe aumento na procura por seguros cibernéticos desde 2018.
A empresa afirma que, no ano passado, emitiu um total de prêmios 217% superior ao registrado em 2019, com base em dados da Susep. No primeiro semestre de 2021, a seguradora também diz que alcançou praticamente o mesmo volume de 2020 inteiro.
Segundo a consultoria Control Risks, o setor mais afetado neste ano por ataques de ransomware, que bloqueiam sistemas, foi o governo, seguido por educação, saúde e varejo.
Em 2020, foram 304,6 milhões de ataques relatados globalmente, e nos primeiros seis meses deste ano, 304,7 milhões. No Brasil, já foram mais de 9 milhões registrados apenas em 2021, diz a consultoria.
Para o diretor de segurança cibernética da Control Risks, Felix Rodriguez, o número de ataques deve seguir crescendo em 2022.
Ele diz que a pandemia aumentou a vulnerabilidade das empresas a ataques cibernéticos por causa da mudança para o trabalho remoto, que reduziu controles técnicos e ampliou o uso de equipamentos externos e de redes de internet abertas para acessar dados da empresa.
Fonte: Folha de São Paulo